Era
uma vez um homem chamado Sr Enio Pipino, que por ser do ramo imobiliário, e outros
motivos talvez, decidiu construir uma cidade chamada SINOP. Muitos
homens o acompanharam, sendo grandes e anônimos desbravadores. No início era só
mato, muitos bichos faziam parte do cenário de onde seria uma grande cidade.
As
dificuldades eram muitas, enfrentadas por aqueles corajosos cidadãos. Nada tinha,
nem cabelereiro, nem padeiro, nem médico, nem comércios, até padre faltava num
cenário que parecia ilusão. Borrachudos tinha de sobra, malária também. Mas aqueles
bravos homens, incentivados pelo fundador, continuavam a mata derrubar.
Certo
dia chega lá, um caminhão bem estranho, pra nós é claro, pois na época tal
condução era mais do que normal. Uma família inteira, junto com uma mudança
inteira, comida pra uns seis meses e até janelas de uma casa em um suporte
adaptado em baixo do caminhão. Mas quem seria os corajosos? Mal sabiam aqueles
homens, que naquele momento chegava, uma mulher bem pequena, que quase não lhe
davam nada, mas que seria tudo o que naquele momento precisavam.
A
casa foi levantada, aliás, a primeira de muitas que ninguém imaginava. Sr Enio
no chá da tarde, com D. Geraldina, que mal tinha chegado e que já queria
alforria, dizia com esperança, “Aqui será uma grande cidade”. Há tá, dizia ela,
só se for a cidade dos sapos. A vontade de voltar, pra cidade de origem, era tanta
que até apertava o peito. Mas como voltar, se tudo que tinham cabia no caminhão
e cá estava tudo, até as janelas no lugar se punha... O jeito era ficar, criar
a família e enfrentar aquela situação! Desde quando uma onça a lhe visitar, lhe
colocaria em maus lençóis?
E
aos poucos corria a notícia dos cortes de cabelo, costura, padaria, hum, o
cheirinho do pão era uma delícia! Aquela pequena grande mulher que se chamava
D. Geraldina, de tudo um pouco fazia, até enfermaria exercia. Alívio daqueles
bravos e anônimos homens, que muito trabalhavam e o seu suor derramavam para realizar
um sonho, que no futuro quem sabe, seria uma grande cidade. Muitos deles pelo
caminho ficaram. A malária, febre amarela, não tinha dó nem piedade.
Os
anos foram passando e aqui acolá apareciam casas, comércios, ruas, igrejas,
bairros, centro, tudo parecia correr com tanta naturalidade que a cidade foi
crescendo, crescendo a ponto de ser chamada “Capital do Nortão”. Os anos se
passaram, os bravadores se indo, as pessoas que chegavam nem ideia faziam do
que aqui se passaram.
Como
a cidade cresceu! Talvez nem Sr Enio que tudo planejara, realmente acreditou
que a cidade ia tão longe. Cresceu tanto e se multiplicou como as tantas crianças
vindas ao mundo pelas mãos de D. Geraldina que sabe pelo quanto passou até que aquele
vilarejo, que mais parecia a cidade dos sapos, se tornasse a cidade de “toda
gente”.
Profª Verônica Alves
Confira as fotos das crianças dos 4º anos D e E que ao estudar sobre o surgimento das cidades, tiveram o privilégio de ouvir D. Geraldina Silva dos Anjos, em uma entrevista, contar um pouco de sua experiência, acompanhada de sua neta Profª Sirlei dos Anjos Gonçalves.
D. Geraldina e sua neta Profª Sirlei |