quinta-feira, 20 de setembro de 2012

SINOP MT: ERA UMA VEZ...

Era uma vez um homem chamado Sr Enio Pipino, que por ser do ramo imobiliário, e outros motivos talvez, decidiu construir uma cidade chamada SINOP. Muitos homens o acompanharam, sendo grandes e anônimos desbravadores. No início era só mato, muitos bichos faziam parte do cenário de onde seria uma grande cidade.
As dificuldades eram muitas, enfrentadas por aqueles corajosos cidadãos. Nada tinha, nem cabelereiro, nem padeiro, nem médico, nem comércios, até padre faltava num cenário que parecia ilusão. Borrachudos tinha de sobra, malária também. Mas aqueles bravos homens, incentivados pelo fundador, continuavam a mata derrubar.
Certo dia chega lá, um caminhão bem estranho, pra nós é claro, pois na época tal condução era mais do que normal. Uma família inteira, junto com uma mudança inteira, comida pra uns seis meses e até janelas de uma casa em um suporte adaptado em baixo do caminhão. Mas quem seria os corajosos? Mal sabiam aqueles homens, que naquele momento chegava, uma mulher bem pequena, que quase não lhe davam nada, mas que seria tudo o que naquele momento precisavam.
A casa foi levantada, aliás, a primeira de muitas que ninguém imaginava. Sr Enio no chá da tarde, com D. Geraldina, que mal tinha chegado e que já queria alforria, dizia com esperança, “Aqui será uma grande cidade”. Há tá, dizia ela, só se for a cidade dos sapos. A vontade de voltar, pra cidade de origem, era tanta que até apertava o peito. Mas como voltar, se tudo que tinham cabia no caminhão e cá estava tudo, até as janelas no lugar se punha... O jeito era ficar, criar a família e enfrentar aquela situação! Desde quando uma onça a lhe visitar, lhe colocaria em maus lençóis?
E aos poucos corria a notícia dos cortes de cabelo, costura, padaria, hum, o cheirinho do pão era uma delícia! Aquela pequena grande mulher que se chamava D. Geraldina, de tudo um pouco fazia, até enfermaria exercia. Alívio daqueles bravos e anônimos homens, que muito trabalhavam e o seu suor derramavam para realizar um sonho, que no futuro quem sabe, seria uma grande cidade. Muitos deles pelo caminho ficaram. A malária, febre amarela, não tinha dó nem piedade.
Os anos foram passando e aqui acolá apareciam casas, comércios, ruas, igrejas, bairros, centro, tudo parecia correr com tanta naturalidade que a cidade foi crescendo, crescendo a ponto de ser chamada “Capital do Nortão”. Os anos se passaram, os bravadores se indo, as pessoas que chegavam nem ideia faziam do que aqui se passaram.
Como a cidade cresceu! Talvez nem Sr Enio que tudo planejara, realmente acreditou que a cidade ia tão longe. Cresceu tanto e se multiplicou como as tantas crianças vindas ao mundo pelas mãos de D. Geraldina que sabe pelo quanto passou até que aquele vilarejo, que mais parecia a cidade dos sapos, se tornasse a cidade de “toda gente”.

Profª Verônica Alves



Confira as fotos das crianças dos 4º anos D e E que ao estudar sobre o surgimento das cidades, tiveram o privilégio de ouvir D. Geraldina Silva dos Anjos, em uma entrevista, contar um pouco de sua experiência, acompanhada de sua neta Profª Sirlei dos Anjos Gonçalves.  


D. Geraldina e sua neta Profª Sirlei